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domingo, 12 de fevereiro de 2012

RIBEIRÃO DAS NEVES: Toda semana surge um novo protesto no explosivo sistema penitenciário mineiro


POLITICA: O agente penitenciário Samuel
 Marcelino de Oliveira Junior (ao centro) que possui
menos de 03 anos na função é o principal
assessor do da Subsecretária de administração
prisional sem ter trabalhado um dia
sequer em uma unidade prisional.

Familiares dos presos da Penitenciária Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), confirmaram as denúncias sobre a má qualidade da comida servida aos detentos no presídio.Durante as visitas, os parentes revelaram que os alimentos estariam estragados e, inclusive, alguns dos encarcerados teriam passado mal.
A falta de água nas celas também é reclamação constante, de acordo com relatos de alguns familiares. O clima segue tenso no local devido, principalmente, à superlotação, conforme o Hoje em Dia mostrou na edição de sábado. O local, que deveria ter 820 presos, abriga, hoje, 2.206 detentos, o que dá uma média de 20 pessoas por cela.

A esposa de um dos presos contou que o marido divide a cela com outras 22 pessoas. “É muito sofrimento. Não tem nem como dormir direito”, disse a mulher, que não quis se identificar temendo represálias ao esposo. “Se um detento passa mal, por causa da comida, os agentes evitam ao máximo levá-los ao médico, pois falam que é fingimento”, disse o parente de um dos presos, que pediu que o nome não fosse divulgado. No início deste mês, quatro defensores lotados no departamento de Execuções Penais de Ribeirão das Neves visitaram as cadeias da cidade. Segundo a assessoria da Defensoria Pública, os servidores detectaram superlotação em dois dos cinco presídios vistoriados.

O caso mais grave, de acordo com os defensores públicos, é o do Inspetor José Martinho Drumond. O presídio Antônio Dutra Ladeira também apresentou mais presos que a capacidade. Construído para abrigar 1.163 presos, possui, hoje, 1.729 pessoas encarceradas.

Em nota, a secretaria informou que, em 2012, os gastos com a alimentação dos 42 mil presos no Estado está previsto em cerca de R$ 142 milhões. Nesse valor também estariam inseridos os custos com a alimentação fornecida para os agentes penitenciários no horário de trabalho.

A Seds disse que não houve registro de alimentação estragada nem de detentos com mal estar, e que as refeições são preparadas na própria unidade, seguindo cardápio definido por nutricionistas da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi).

Atualmente, em Minas, o déficit nas unidades prisionais é de 16 mil vagas. Para tentar minimizar o problema, serão inaugurados, nas próximas semanas, um anexo da penitenciária de Três Corações, com 146 vagas, e o presídio de Oliveira, com 116. Em Neves, uma nova unidade em Ribeirão das Neves, com 1.827 vagas, será entregue em agosto. Apenas a superlotação no presídio José Martinho Drumond deverá absorver todas as vagas da nova unidade.

Origem: Hoje em dia
Adaptação: Ricardo valverde

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