Para especialistas em segurança
pública, o fim da corrupção entre os servidores do sistema prisional passa pela
instalação dos bloqueadores de telefones celulares nas penitenciárias de Minas.
O comércio de aparelhos é comum dentro dos muros dos presídios, segundo uma
fonte do governo do Estado, que pediu para ter o nome preservado.
“Um celular é vendido por até R$
3 mil para os presos. O problema é tão grave que o mesmo aparelho foi
encontrado três vezes em um presídio de Ribeirão das Neves (na Região
Metropolitana de Belo Horizonte). O agente que apreendeu o telefone pela última
vez foi afastado”, afirma a fonte.
Na edição de domingo (2), o Hoje
em Dia mostrou que, há quase três anos, a Polsec Indústria e Comércio de
Equipamentos Ltda foi aprovada pela Secretaria de Estado de Defesa Social
(Seds) para instalar bloqueadores na penitenciária de segurança máxima Nelson
Hungria, em Contagem, também na Região Metropolitana. O atestado de capacidade
técnica foi emitido após 70 dias de testes feitos pela empresa, de novembro de
2009 a janeiro de 2010.
Entrevistas
Na semana passada, a reportagem
tentou falar com os chefes da Seds, secretário Rômulo Ferraz, e da
Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), Murilo Andrade. Mas os
pedidos de entrevista não foram atendidos. O presidente do Sindicato dos
Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas Gerais (Sindasp-MG),
Adeílton de Souza Rocha, também foi procurado. Uma funcionária do Sindasp, que
se identificou apenas como Lorena, disse que Rocha retornaria a ligação, o que
não ocorreu até a noite de sexta-feira (30).
A Seds também não forneceu
estatísticas de celulares apreendidos dentro das prisões mineiras. Os desvios
de conduta dos servidores, no entanto, são confirmados pelos dados repassados
pela secretaria em 19 de novembro: de janeiro a outubro deste ano, 56 agentes
penitenciários tiveram os contratos rescindidos após conclusão de investigações
abertas pela Corregedoria da Suapi, parte deles por facilitar a entrada de
celulares nas prisões.
Em 18 de julho, um agente
penitenciário de 28 anos foi preso tentando entrar no presídio de São Joaquim
de Bicas com um celular escondido na sandália. “Medidas estão sendo tomadas,
mas a resposta não é imediata, pois exige a abertura do processo
administrativo”, afirma o promotor André Ubaldino, coordenador do Centro de
Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate ao Crime Organizado. Ele
é favorável à instalação dos bloqueadores.
Para o doutor em sociologia e
pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp)
da UFMG, Felipe Zilli, as tentativas de acabar com a corrupção no sistema prisional
são “remendos em pano velho”. “O problema existe há décadas. Passam governos e
gestores da segurança, mas nada é resolvido”.
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Com informações do Hoje em Dia
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Com informações do Hoje em Dia
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